6 de set. de 2008

A DOR DE AMOR...


A DOR DE AMOR...

A dor parte em partes
O próprio tempo da dor...
O antes se confunde com o depois!
É um tempo que se divide em dois...
E os olhos estatelados,
procura um lado,
para fixar-se...
Retem-se na ferida...
Aberta boca por onde se esvai a vida,
com medos inconfessáveis...
E o ser então dividido em dois,
não vê em si a própria unidade!
A dor na verdade,
antes é sintoma!
É sinal de alerta,
um grito da ferida aberta
em nós!
A dor de amor
assim se manifesta...
E se propaga!
Qual chama que a brisa atiça e espalha!
Carece de mãos que a aplaquem...
Mãos que apalpem a ferida!
Que unam as partes,
E curem a ferida!
A dor de amor de amor carece!
Para que nem doa, nem arde...
E nem lembrança deixe na memória,
nem saudade!

Edvaldo Rosa
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02/09/2008

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